domingo, 27 de dezembro de 2009

SANTA E SEUS ENCANTOS


Santa encantadora, ruas e ladeiras.
Artistas, poetas e músicos se ver por todas as escadas.
Em outra madrugada, onde mora Tereza, flores, amores e amoras... Encantos para toda hora!!
Lá vem o bonde, no trilho, trilhando caminhos nesse desce e sobe de uma cidade à outra.
Lá tem o Senhor Neve que canta com Guimarães sambas, bossas e forrós.
E lá, no cotovelo do senhor Curvelo, baques virados de maracatu entre a saia de chita de belas senhoritas. ES santa e Tereza santa...
Diogo Saddock de Sá

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

BELO MONTE, TRAGÉDIA AMBIENTAL artigo de Frei Betto‏


BELO MONTE, TRAGÉDIA AMBIENTAL


Frei Betto




Raoni, líder indígena, afirma que em 2007, ao receber a Medalha do Mérito Cultural das mãos do presidente Lula, este prometeu jamais assinar a construção da barragem de Belo Monte, no Xingu (PA).

Está tudo pronto para que, em janeiro, ocorra o leilão da hidrelétrica a ser construída no rio Xingu. Uma das jóias da coroa do PAC. Falta apenas a licença ambiental do Ibama. Devido às pressões do Planalto para que o sinal verde seja dado o quanto antes, vários peritos do Ibama já pediram demissão.

Sting, cantor britânico, esteve no Xingu na última semana de novembro para apoiar a rejeição a Belo Monte: “Sei que a obra faz sentido do ponto de vista econômico, mas do ponto de vista ecológico talvez não seja uma boa ideia”, declarou ele.

Os povos indígenas do Xingu se queixam de não terem sido chamados a debater Belo Monte com o governo. O Brasil assinou a Convenção 69 da OIT, comprometendo-se a obter o consentimento prévio dos indígenas antes de tomar medidas que os afetem.

Segundo especialistas, a construção de Belo Monte fará com que 3/4 da região, conhecida como Volta Grande do Xingu, sofram drástica escassez hídrica, perda de biodiversidade (que, ali, é uma das maiores do mundo), e efeitos sobre a população local, devido à redução do lençol freático, dos níveis de água e da vazão daquele trecho do rio.

Imagens de satélite identificam Volta Grande: o rio Xingu corre para o norte, em direção ao Amazonas e, súbito, faz uma volta de quase 200 km, dando a impressão de retornar ao sul. Em seguida, retoma o rumo do norte, quase a fechar um anel completo. É um dos mais belos traçados fluviais do nosso planeta.

Prevê-se a construção, na Volta Grande do Xingu, de três barragens de concreto, vários canais e cinco represas, alagando áreas que abrigam, hoje, agricultura, pecuária e inúmeros igarapés que abastecem a população local. Pretende-se escavar ali o mesmo volume de terra retirado para a construção do Canal de Panamá!

Especialistas apontam que a obra é tecnicamente inviável, pois a potência instalada prevista, de 11.233 MW, só estará disponível durante três ou quatro meses do ano. O ganho de energia firme, de apenas 4.462 MW – 1/3 do total -, inviabiliza financeiramente o projeto.

Se ele for realizado, mais de 25 mil habitantes de Altamira, Transamazônica e das barrancas do Xingu serão obrigados a se mudar, condenados a uma pobreza ainda maior.

O contribuinte brasileiro é quem pagará, através de financiamentos do BNDES e da participação de estatais, boa parte dos custos desta empreitada de efeitos devastadores. Empresas como Chesf, Eletronorte, Furnas e Eletrosul, poderão entrar juntas ou isoladamente no leilão para a construção de Belo Monte. Assim, o contribuinte irá financiar o lucro imediato de empreiteiras, e o lucro a longo prazo das empresas mineradoras que atuam na Amazônia, as grandes beneficiárias de Belo Monte. De quebra, a nação brasileira arcará com os custos ambientais.

Lula concedeu, este ano, duas audiências ao bispo do Xingu, dom Erwin Kräutler, a quem prometeu que Belo Monte “não será imposta goela abaixo.” Em carta ao presidente, o bispo frisou que, a ser construída apenas a usina Belo Monte, é um despropósito técnico assegurar a potência prevista no projeto. A potência almejada pelos técnicos da Eletrobrás só sera alcançada se forem construídas outras três usinas rio acima (Altamira, Pombal e São Félix). Neste caso, os grandes reservatórios atingirão outros territórios indígenas demarcados e homologados, e áreas de conservação ambiental. Quem vive da pesca e da agricultura familiar perderá a base de sua subsistência.

A população a ser atingida está sendo subestimada, e as empresas e o BNDES não sabem quanto irão desembolsar para amenizar o impacto social. Ora, quem já viu uma empresa dessas deixar-se guiar por um espírito altruísta, solidarizando-se com os pobres e, em seguida, esmerando-se na promoção de obras para mitigar a miséria das famílias atingidas?

A região de Volta Grande do Xingu ficará praticamente seca com a construção da usina. A exemplo do que aconteceu com a cachoeira de Sete Quedas na construção da usina de Itaipu, também Belo Monte modificará 100 km de uma sucessão de cachoeiras, corredeiras e canais naturais.

A obra atrairá intenso fluxo migratório no rumo de Altamira, Vitória do Xingu, Brasil Novo, Anapu e Senador José Porfírio. Esses municípios não dispõem da infraestrutura necessária, nem contam com escolas e hospitais suficientes para atender a tanta gente.

O projeto promete assegurar qualidade de vida apenas para quem trabalhar nas obras de construção da usina. A população restante, cinco vezes maior, ficará na miséria, exposta à criminalidade e agredida pelos antros de narcotráfico e prostituição.

Quanto vai custar a obra? O próprio presidente da Eletrobrás fala em variações de um 1 a 3 mil dólares o quilowatt instalado, o que significa um total de US$ 33 bilhões, ou R$ 60 bilhões para uma usina que ficará parada várias meses durante o ano.

A tarifa de energia elétrica ficará extremamente alta. Pior será obrigar o Tesouro Nacional a subsidiar a energia gerada. Neste caso, serão penalizados mais uma vez a cidadã e o cidadão brasileiros.

Frei Betto é escritor, autor de “Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira” (Rocco), entre outros livros.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Conexão com a MÃE!!


A natureza é bela, uma imensidão ao nosso redor.
O verde da mata e o azul do céu e do mar, coisa mais linda não há.
É impossível de comparar e muito fácil de encantar os olhares e almas de quem apreciar.Seus rios a desaguar em mares profundos e lá, podemos encontrar tesouros escondidos e seres encantados.É difícil de acreditar que homens, seres que eram para ter uma ligação linda e harmoniosa com a natureza possam desmatar, queimar nossas matas e até no mar esgoto despejar.Destruindo esse bem sagrado que Deus nos deu e ainda nos dar, mais até quando ela suportará?
Hoje para pra pensar...Onde vamos parar se isso continuar?
Em um futuro próximo, que está pra chegar, água vai ser difícil de encontrar, as frutas nos galhos não vai dar, porque arvore não existirá. E o deserto irá tomar conta de onde o verde era abundante e reinava.
Essa é a hora de parar pra pensar e agir. Semeando um futuro mais digno para nossos filhos.Que nossas gerações futuras possam ter os elementos necessários para viver.Cuidar da natureza é cuidar de você próprio, pois fazemos parte dela!
Tudo que precisamos para viver bem a natureza nos dar,desapegue-se,viva,sorria e ame seu irmão.Unidos somos um,com uma força gigante e plena que vai reinar e a nova era vai chegar.
Viva a mãe GAIA.

Diogo Saddock de Sá

Texto escrito em Aldeia Velha 13/12/2009, inspirado nos cantos dos pássaros, no suave som emitido pelas águas cristalinas do rio batendo sobre as pedras e o contato direto com os pés na MÃE TERRA.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Baía de Ilha Grande ganha banco de dados online


Baía de Ilha Grande ganha banco de dados online

A Baía da Ilha Grande ganha nesta quinta-feira (3 de dezembro) um novo banco de dados online. O lançamento do site www.esectamoios.com.br , batizado de Centro de Informações Ambientais da Baía da Ilha Grande, será na sede da Estação Ecológica de Tamoios, gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Mambucaba, Paraty. No evento, Enrico Marone também exporá fotos que mostram a beleza (e a riqueza natural) da região. Com recursos do Programa Costa Atlântica da Fundação SOS Mata Atlântica, a Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (SAPÊ) elaborou o projeto "Centro de Informações Ambientais da Estação Ecológica de Tamoios: contribuindo com a conservação da biodiversidade e a sustentabilidade socioambiental da Baía da Ilha Grande". A iniciativa teve como parceiros o ICMBio, através da Estação Ecológica de Tamoios, o Instituto de Biodiversidade Marinha, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal Fluminense (UFF ) e a Associação de Maricultores da Baía da Ilha Grande (AMBIG). O principal resultado deste trabalho conjunto foi a criação de um banco de dados que reúne boa parte do conhecimento científico existente sobre a baía da Ilha Grande. O projeto teve a coordenação técnica da analista ambiental do ICMBio Adriana Gomes e do professor Joel Creed, da UERJ, conselheiro da ESEC Tamoios e coordenador do mais completo inventário da biodiversidade marinha já realizado para a região.

Fonte: www.sosma.org.br

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A TERRA PEDE SOCORRO

Tenho escrito sobre os vários problemas que nos afligem e nos impedem de nos transformarmos em uma sociedade sustentável. Porém, nada é mais urgente e importante que salvarmos o planeta. Passamos os últimos milhares de anos considerando que as suas riquezas eram inesgotáveis, mas infelizmente não são, e agora o estrago que causamos está evidente e já nos traz grandes perdas.
A sociedade moderna está consumindo cada vez mais e mais recursos naturais e ao mesmo tempo polui em níveis alarmantes o meio ambiente. Estamos vivendo o limiar de uma história de gastança e desperdício, estando muito próximos de um colapso ambiental com todas as suas conseqüências para todos nós e para as gerações futuras.

Na velocidade da devastação e com o uso de recursos que impomos atualmente ao nosso planeta, daqui a duas décadas, aproximadamente em 2.030, estaremos vivendo uma situação absurda. Precisaremos de duas Terras para atender a todas as nossas necessidades. Como isso é impossível, se não mudarmos rapidamente nossos hábitos e costumes sofreremos perdas consideráveis e irrecuperáveis em nossa qualidade de vida.

Muitas espécies já desapareceram, outras estão desaparecendo ou continuarão a desaparecer. Estamos promovendo uma extinção em massa sem precedentes na natureza com o papel de um dos principais protagonistas desta destruição. Nos últimos trinta e cinco anos devastamos e matamos mais espécies que nos três séculos anteriores. O homem está conseguindo produzir um extermínio maior que o asteróide que dizimou os dinossauros há 65 milhões de anos.

Em seu relatório publicado nos últimos dias, a ONG WWF (World Wildlife Fund) nos trás uma visão sombria de nosso futuro. Mostra que a exploração da Terra saiu do nosso controle e adquiriu dinâmica própria. Hoje gastamos 30% a mais da capacidade do nosso planeta de se recuperar, o que significa que a natureza não consegue repor em 30% o que consumimos ou rejeitamos.

Esse percentual é resultado do conceito de pegada ecológica, que é a extensão de terra, e quantidade de água e ar que necessitamos para produzir os insumos, recursos, bens e serviços que a população mundial utiliza, como também para absorver os entulhos e lixos que são produzidos. Esses cálculos foram feitos e quantificados em hectares e o seu resultado dividido pela população da Terra. O resultado dessa equação é que cada habitante usa em média 2,7 hectares do planeta por ano.

A quantidade de hectares necessários para a população de cada país é desigual e injusta, pois os que mais utilizam e poluem também são os que menos ajudam e mais resistem às mudanças que terão de ser feitas. Há casos como o dos americanos, recordistas nesse índice, com 9,4 hectares. Se todos os habitantes da Terra tivessem o seu padrão de consumo seriam necessárias quatro Terras e meia para nos atender. No caso dos brasileiros o índice é de 2,4 hectares, valor um pouco menor que a média mundial, de 2,7 hectares, que é ainda extremamente alta, muito por conta dos países desenvolvidos e da explosão demográfica dos chineses, indianos e africanos.

O mundo vive uma crise ambiental sem precedentes. O desmatamento tornou-se um dos maiores problemas da humanidade, sendo a sua taxa equivalente a duas Holandas de florestas por ano. Ao mesmo tempo mais da metade dos rios estão contaminados, e ocorrem novas contaminações a todo o momento. A pesca predatória vem reduzindo em proporções absurdas a oferta de peixes para alimentação, e para completar há um aumento no acúmulo crescente de CO2 na atmosfera, o que causa o aquecimento do clima na Terra. Por tudo isso, estamos vivendo uma situação que nos deixa perplexos, assustados, atônitos e sem saber o que fazer.

Teremos que descobrir como conciliar o crescimento de nossa qualidade de vida e do desenvolvimento com a preservação do meio ambiente. A mãe natureza reclama urgentemente medidas que revejam a situação atual. Não é possível continuarmos esse holocausto consciente da maioria das espécies da flora e da fauna de nosso planeta e não percebermos que seremos nós que pagaremos o preço de inviabilizar a nossa própria existência.

Estamos todos preocupados com a crise econômica mundial, e é verdade que ela é séria e ainda vai causar muito estrago em todo o mundo. Porém, ela vai passar, pode levar um, dois ou três anos, mas vai passar. Já a crise ambiental não, é um caminho sem volta.

A humanidade assiste a essa destruição absurda e não reage, ou muito pouco faz. Até quando? Olho para meus filhos e netos e penso assustado que fomos nós, minha geração e as anteriores, que aceleramos essa matança desenfreada, e agora não sabemos como parar. É hora de olhar para as crianças e para o nosso entorno e sentirmos vergonha e remorso, mas em seguida agirmos rápido. Infelizmente não temos muito tempo.

Alguns amigos dizem que os meus textos são panfletários, que procuram insuflar sem propor soluções. A eles digo que o que procuro é despertar os que lêem os textos que escrevo e trazê-los para a nossa realidade, dura, feia, talvez indigesta. Mas esse é o nosso mundo.

Faço a minha parte, trabalho duro para construir um mundo melhor, mais justo, mais sustentável, e faço o que posso para mudá-lo e conscientizar os outros de que juntos poderemos sair vencedores desse enorme desafio que é salvar o nosso planeta da nossa insanidade e ganância. Eu acredito que podemos, e você?